12 de dez. de 2013

Barrado pela pobreza

quando sorriu
no banco do busão
arrepiei

escrevi uma carta de amor
em minha cabeça três cartas
durante o percurso

te acompanhando
desde o tchauzinho na janela
pra sua mãe até
a hora de trocar o ônibus pelo metrô

seguindo
descendo as escadas
já pensando no oi antes da glória

em câmera lenta
tirou os fones
para escutar

parado na catraca
enquanto você desaparece
na escada rolante
meus olhos grudam
na telinha vermelha
brilhando
com os dizeres

saldo insuficiente